sábado, 16 de janeiro de 2010

ESQUERDA AUTORITÁRIA

Vi na televisão, a ministra e candidata a presidenta, Dilma, chamada por seu mentor mor,Lula, de “doutora Dilma”, que as esquerdas, de uma maneira geral, aderiram à luta armada depois do endurecimento do governo, com a promulgação do Ato Institucional Número 5. Um golpe dentro do golpe militar, um endurecimento da ditadura, uma vitória dos setores mais duros do regime, os chamados falcões da ditadura, que eu preferiria chamar de abutres. Abutres e covardes, como todos os que participam dos aparelhos de repressão política nas ditaduras, sejam de direita, ou mesmo de esquerda. A repressão política aumentou, à medida que os radicais de esquerda, influenciados pela revolução cubana com seu voluntarismo fidelista e depois guevarista, partiram para a chamada luta armada contra o regime, desenvolvendo inclusive a guerrilha rural, sob a influência da revolução maoísta chinesa, o velho stalinista, e agora corrupto PC do B.
A turma do PCB era contra, pois seguia as diretrizes de Moscou, que eram alianças com as chamadas burguesias e pequeno burguesias nacionais, contrárias ao imperialismo, e a luta pela democracia, visando uma política de massas, almejando a tão sonhada e dogmática ditadura do proletariado. Com a repressão, quem não participou da luta armada também se ferrou, como democratas liberais, e até mesmo setores da igreja católica, sendo torturados e mesmo brutalmente assassinados. Em outras palavras, a luta armada já estava no programa de inúmeras e minúsculas organizações de esquerda, desde a época do golpe, e não teria surgido como uma reação ao endurecimento do regime, como quer fazer acreditar a ministra-candidata, uma indisfarçável stalinista de fazer os cabelos mais diversos arrepiar.
A grande polêmica do projeto intitulado de “direitos humanos “ mostra a cara desta esquerda autoritária, que quer rever a anistia, que efetivamente pacificou a sociedade brasileira há mais de trinta anos, permitindo a transição democrática. Ademais,muitos dos militantes esquerdistas receberam a bolsa-ditadura, desmoralizando assim, digamos,os ideais revolucionários dos seus principais agentes. E a maioria, marxista-leninista, lutavam, pela implantação da ditadura do proletariado, de triste memória, por sinal. Aliás a esse respeito,lá pelos idos dos anos oitenta, o comunista do partidão Carlos Nelson Coutinho, lançou um livro, Democracia como Valor Universal, conclamando todos os esquerdistas abandonarem o conceito instrumental da democracia, ou seja, a democracia como instrumento para se chegar à ditadura do proletariado, sendo criticado a quatro ventos. Desde a nascente esquerda petista, alté os comunas ligados ao velho partidão.
Os defensores da luta armada, refletiam na época o descontentamento das esquerdas com o conservadorismo do partidão, ligado a Moscou, que para muitos deixara de ser revolucionário. Sobretudo depois do XX congresso do partido da então União Soviética, quando o manda-chuva da ocasião, Nikita Kruchev, denunciou os crimes de Stálin , até então endeusado pelo movimento comunista internacional. Ademais, o próprio monólito da revolução russa, tinha sido quebrado pela revolução chinesa de 1949, e os dois regimes iriam se enfrentar no futuro próximo, mais especialmente no final dos anos cinqüenta. A moda agora era a revolução cubana. A rebelião armada, no campo e na cidade. O problema é que, no final dos anos sessenta, o milagre econômico da ditadura chegaria ao auge. Mais de dez por cento de crescimento anual, e grandes obras de infraestrutura. Médici, apesar de ser durão nos porões, era bastante popular, deixando o governo com mais de oitenta por cento de aprovação. A popularidade da ditadura só começara a cair, depois da crise do petróleo de 1973, desarrumando a balança de pagamentos, aumentando a dívida externa e a inflação.
Como fazer revolução sem povo? Este era o grande dilema desta esquerda que ia arregimentar seus militantes no movimento estudantil, que foram os tradicionais bois de piranha. Com muita facilidade, a repressão política, agora com grandes poderes dentro do estado, massacrou indelevelmente esta romântica e desastrada oposição. Os garotos saíam das universidades e iam assaltar bancos, ou promover atos de terrorismo, num total e inexorável distanciamento do povo a quem diziam querer libertar.
Trinta anos depois, surge esta esquerda, agora no poder, essencialmente corrupta, aburguesada pelos atrativos do poder, querendo , atrás da popularidade do presidente Lula, que também é conivente é claro, a implantação de um estado autoritário, controlando a todos, e erradicando inclusive a justiça, a propriedade privada, e a liberdade de imprensa.
Felizmente a reação veio à altura. O Brasil não é a Venezuela, felizmente. Isto não passará, para a felicidade do povo brasileiro. Porém fica o registro de como pensam estas pessoas. Não passam de uns cacarecos ideológicos que já deviam efetivamente estar na lata de lixo da história.

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