segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

LULÃO E SERRÃO Para não dizer que nunca falei bem de Lula.

Realmente, gosto muito de criticar “el gobierno”. Mas afinal, com mais de oitenta por cento de aprovação popular, é saudável que alguém seja contra, não? Ademais, a democracia não é o sistema que deve atender necessariamente os anseios da chamada maioria, mas sobretudo das minorias. São as minorias que criticam, o verdadeiro oxigênio da democracia. Sem elas, cairemos no autoritarismo ou pior, no totalitarismo. Aí deus nos livre. Os petistas e Lula, faziam uma oposição radical, lembram? Foram contra tudo que aí estava neste país de Mãe preta e Pai João. Ganharam as eleições porque mudaram o discurso. Não só mudaram o discurso, como também a prática, incluindo aí o que não deveria mudar que era a prática política calçada nos chamados valores éticos. Com o mensalão, o governo sobreviveu pela manutenção da economia, e das reformas empreendidas pelo governo anterior.
Estas mudanças por si, já credenciariam o governo Lula como responsável e competente, tendo o apoio da maioria da população. Lula sabiamente fez um discurso de esquerda, e governou com a direita, eis a razão do seu sucesso, e de sua sabedoria política. Agora, ficar criticando o governo anterior, além de mentiroso , é ridículo. O que me irrita muito é a falsificação da realidade, no estilo que , em se repetindo tudo cola, sobretudo as falsificações da história.Afinal, graças a deus, estamos num regime democrático, ou de permanante aperfeiçoamento, como gostariam alguns. Aí o papel e a importância das minorias políticas. A prática do dissenso.
Depois do mensalão, Lula transformou seu mandato num longo comício político. O tom destes comícios tem sido destratar tudo o que foi feito nos governos anteriores, tomando para si o papel de demiúrgo da história. Na verdade, e ele sabe disso, sua popularidade no plano interno e externo, foi a continuidade, e não a mudança. Por essas e outras os capitalistas o adoram, e Lula está certo em fazer o capitalismo fluir, ou pelo menos não atrapalhar tanto o seu desenvolvimento. Ao contrário de Chávez e sua turma, que quer implantar um tipo de populismo estatizante, fechando o país diante da globalização, quebrando o país pela desestruturação econômica e pela corrupção endêmica, afinal, quanto mais estatais, mais ineficiência e corrupção. Já Lula foi como, no dizer do ex ministro Delfin Neto, um intuitivo. Um homem que vai entrar para a nossa história por não mexer nos fundamentos liberais e conservadores da economia, fazendo pelo menos o capitalismo brasileiro fluir. Seu grande mérito foi nada fazer, fazendo avançar nosso cambaleante capitalismo. No Uruguay o novo presidente um velho tupamaro, vai fazer o mesmo. Alavancar os investimentos no país, investindo nas áreas sociais.
Porém o Brasil precisa crescer, e desenvolver-se. Para isso é preciso um homem de experiência administrativa. Que seja capaz de, no plano micro, atender as principais reinvidicações da população que é um serviço público de qualidade, sobretudo na saúde e na educação. Além é claro intervir na segurança, criando mecanismos de mudança, inclusive nas questões que não implicam mudanças institucionais. Serra é chato, é. É feio, é, parece o nosferatu de Werner Herzog. Tem os olhos aboticados, não dorme muito e é hipocondríaco. Politicamente é um sujeito de trato difícil, mas não cede muito a pressões. É um chato, mas , politicamente o melhor quadro político da atualidade em condições de chegar ao governo. Seria uma dádiva, depois de Lula termos um presidente como Serra. Enfim, só o povo vai dizer. Inclusive se quer eleger uma desconhecida autoritária burocrata, com resquícios de um pensamento de certo tipo leninista que está putrefato há muito tempo nas confusões da história.
Bem, o sujeito pode pensar em votar em Dilma por ela ser uma laranja de Lula, seguindo sempre suas orientações. Quem sabe se ela vai obedecer direitinho? Quem sabe se o fogo de revolucionária a faça atender o pedido não de Lula, mas do velho corrupto e carcomido PT? Só deus sabe o desenrolar destas eleições. Certamente elas ditarão os rumos do país no século XXI. Que alá ajude a todos nós. Saravá, meu pai.

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