terça-feira, 22 de janeiro de 2013

REFORMAS - RAFAEL BRASIL



Muito tem se falado no Brasil sobre a corrupção, para muitos endêmica, porque uma questão de fundo cultural. O patrimonialismo nacional, a leniência com as instituições traduzida na figura do homem cordial tão brilhantemente descrita por Sérgio Buarque de Hollanda e por aí vai. A questão é que o Brasil precisa de reformas, e não é de hoje. Fizemos competentemente a transição democrática, através da grande aliança que resultou da frente das mais diversas colorações ideológicas que comporiam a frente democrática. Desde àquela Época que precisaríamos de um processo de reformas institucionais, que seria uma segunda transição, esta de aperfeiçoamento das instituições democráticas. Ademais, democracia deve ser vista como um processo, como a vida, límpido e inacabado, dinâmico em sua essência.
Na transição, o PT ficou de fora, por a considerar uma transição meramente burguesa, não conivente com as aspirações da classe trabalhadora, segundo as estrelas do partido, não condizente com o caminho do socialismo. Naquele tempo ainda tinha bêstas que acreditavam nestas conversas, inclusive este escriba, mais um idiota da objetividade, indivíduos tão férteis como inúteis em solo pátrio. Na constituinte, o PT também se ausentou, por considerá-la mais um instrumento da dominação  burguesa e submissão ao imperialismo ditado pelo então demonizado neo liberalismo norte-americano. Só que a constituinte deu muitos direitos, e teve uma feição, digamos, muito nacionalistóide sobretudo do ponto de vista econômico, numa época em que estava caindo o muro de Berlim, e o mito do estado como administrador e provedor de bens. Com a nova constituição já entramos na contramão da história. O engraçado de tudo isso, é que o PT queria uma constituição mais fechada ainda, isto do ponto de vista econômico. Por a acharem uma constituição burguesa e "neo-liberal", também não participaram do processo. Hoje no poder, claro, eles não querem reforma alguma. aparelharam o estado e agora não querem largar o osso. Mostram sua face autoritária, quando querem controlar a liberdade de imprensa.
Ou seja, em outras palavras, o grande empecilho para as mudanças é justamente o PT. Por isso, são eles os mais conservadores e reacionários do país, pois defendem essencialmente o estado criado a partir dos anos trinta do século XX pelo finado Getúlio Vargas. E desta camisa de força o Brasil não sai. 
Com as reformas capitalistas, investimentos estrangeiros e nacionais ou consorciados, inundaríamos o país, alavancando de vez a economia e incrementando significativamente a tecnologia, colocando a educação nos trilhos. Aliás, as coisas boas as quais o Brasil atravessa hoje foram proporcionadas por Fernando Henrique durante o seu tão criticado mandato pelo próprio PT. Que desde que está no governo não desmontou a pequena abertura que foi dada. Fala contra o legado, em público, mas seus dirigentes nos momentos de maior sensatez, falam bem do legado, chamado por Lula de maldito. O PT não empreendeu nenhuma reforma institucional. Nenhuma! E nada deseja fazer neste sentido. Por isso devemos nos esforçar para um novo movimento político, que em muito não dista do discurso de Collor quando presidente. Êpa, com o discurso contra o estado e seus inúmeros privilégios e acobertamento de inúmeras corporações, sem uma figura como Collor, claro, mais um símbolo da corrupção nacional, agora naturalmente aliado ao PT. Reforma política, educacional, tributária, da segurança, do judiciário, da previdência, do estado de uma maneira geral. Isto com a retomada de líderes, realmente liberais e conservadores à frente, com um grande partido organizado nacionalmente, pronto para destruir de fato este legado. Que talvez tenha sido interessante no passado, sobretudo na época da ascensão de totalitarismos e regimes autoritários em todo o planeta lá pelos idos dos anos trinta do sangrento século XX, inclusive o chamado estado novo varguista.
Seria preciso juntamente com as reformas, a adoção de um novo pacto federativo. Mas, disso falarei depois. Ou seja, a questão do Brasil ,não é só gestão. É de profundidade, e da mudança do próprio sistema, cujas amarras travam o nosso desenvolvimento.  

9 comentários:

  1. Rafael, em outros tempos essa frente organizada que você menciona, já esteve no poder. Porque não houve numa mudança?

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  2. Caro sos: Na época da redemocratização, o discurso das oposições eram majoritariamente de tons extremamente nacionalistas. Chamavam os milicos de entreguistas, uma mentira deslavada, pois com exceção de Castelo Branco, todos aumentaram significativamente a presença do estado na economia. Em outras palavras, não havia hegemonia de liberais, antes pelo contrário. O único presidente que ganhou com um discurso liberal foi Collor, que logo depois que assumiu, assaltou a poupança, numa incrível intervenção do estado na vida das pessoas. Ou seja, ficou só no discurso, tentando governar com a corja de Alagoas. O resto já sabemos. O pouco de abertura do estado foi dado por Fernando, Henrique, embora o mesmo esteja longe de ser liberal. É isso aí, amigo. É preciso deixar de ser ortodoxo. Será que vosmecê defende ditaduras? Se as mesmas fossem boas, seríamos um país de primeiro mundo. Vide o sangrento século XX. Também é preciso estudas mais História, que é a mãe das ciências humanas.

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  3. Sos o Rafael está correto. Será que tu nunca estuda-se história na tua vida, para perceber à chegada da estabilidade financeira no Brasil, algo inerente e exclusivo dos governos de Itamar e Fhc. Leia um pouco antes de falar do que desconhece.

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  4. Vem me dar uma aula, sabichão... Você e o gordo. Claro que o Sr. Rafael, tem que estar atualizado, ele vive de que? Ou fica sem salário. Pergunto durante os 50 anos que ele deve ter, será que ele tem outra profissão? ou outra atividade econômica? Parabéns senhores dos anéis. Se não se atualizar no que faz já sabe né?

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  5. Tem muito professor que vive de salário e não ensina, porque não estuda. E as profissões que envolvem o intelecto estão, digamos, fora de moda no país. Por essas e outas estamos onde estamos. Aliás, o processo de formação intelectual é penoso e leva toda a vida. Uma vez indagaram a Gilberto Freyre que sua obra era inacabada. O mestre riu, e disse que afinal, não existia obra acabada. Toda obra é em sua essência inacabada, como ademais todas as obras humanas. Renho orgulho de minha profissão, apesar da desvalorização. Porém não invejo os ignorantes, mesmo os que ganham muito dinheiro, como no Brasil. É uma pena a idolatria da imbecilidade, você não acha? E, para finalizar, quanto mais se estuda, mais se tem consciência da nossa vil ignorância.

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  6. Sei que não sou nenhum ignorante, agora esse seu mundinho ta muito atrasado... Vê se inova. Porque só você acha que sabe de tudo, no final, ou quase tudo. O que você posta se torna fútil, porque nem seguidores você consegue.

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  7. Ele não consegue seguidores por dizer a realidade e alguns seguidores do mesmo fingem não perceberem os fatos. SOS , como dizem alguns a verdade dói.Só leio o que Rafael Brasil posta por ele traduzir os fatos, se você não concorda com ele é um direito seu,porém , tenha certeza que sua visão política é distorcida . Essa percepção do SOS sobre as instituições políticas é a responsável por todas as injustiças e mazelas existentes no Bras

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