sábado, 22 de junho de 2013

LEIAM O TEXTO E ASSISTAM AO VÍDEO: LUCINHA PEIXOTO - 'OUVINDO A DILMA E A VILMA'

sábado, 22 de junho de 2013

Ouvindo a Dilma e a Vilma




Já estou em Gravatá cumprindo o meu martírio da ausência de conexão. Depois de sofrer, hoje pela manhã, com o quase engarrafamento da BR-232, aqui estou, segundo meus familiares para curtir um São João autêntico, com fogueira e tudo. Me engana que eu gosto. Trazem-me para fazer as comidas. Mas, enquanto nem sei se poderei publicar, eu escrevo, e quando tiver possibilidade eu publico. Meus leitores sofrem um pouco, mas, esperam, graças a Deus.

E eu não poderia sentar para escrever sem tocar na fala da Dilma à nação, ontem à noite. Ela ajeitou o cabelo, se emproou toda para dizer um bando de obviedades. Alguém, em sã consciência poderia esperar que ela ameaçasse “chamar o Pires”? É claro que não. Toda a orientação foi óbvia: “Não se atrite com ninguém, e prometa tudo aquilo que não pode cumprir, e no final estará tudo bem. O povo sempre esquece.” E ela, lendo com a entonação normal de quem nada está entendendo, deu o seu recado.

Vão ser tantas as análises do discurso da presidenta que me aterei apenas ao que está mais perto de mim, por ter tratado disto em outros lugares, isto é, a história da importação de médicos e a ajuda na mobilidade urbana.

O que posso dizer, antes de entrar em detalhes é que o discurso foi uma confissão de culpa tão grande, que eu fiquei com inveja. Eu nunca consegui confessar tantos pecados ao meu confessor quanto a Dilma o fez ao povo brasileiro. Porém, ao contrário de mim, ela não parece arrependida do que fez. Desde a corrupção até a ausência de mobilidade nas cidades, ela se declara a própria nulidade e mostra o quanto foi ineficiente o governo petista, nos últimos mais de 10 anos. Se ela não culpou o FHC é porque não deu tempo, pois seu marqueteiro acharia o discurso longo. Em outras palavras, ela parece ter realmente desistido da candidatura e dito para o Lula: “Toma isto de volta e tenta consertar a merda (desculpem o termo) nós fizemos.” E podem escrever aí, o Lula, se continuar se tratando no Sírio-Libanês, vem por aí. E, consequência óbvia, o Eduardo sai por ali.

Mas isto é o que agente vê pela frente. Quando os políticos querem entregar o ouro ao bandido, eles o fazem lá por trás da mina. O que se apresenta, é o que nos resta discutir.

O primeiro tema é esta tal de importação de médicos. Eu sou contra e sei que é apenas uma forma de ajudar a candidatura do atual Ministro da Saúde a governador de São Paulo. Mas, sou contra, porque por trás desta história está o desejo de trazer médicos de Cuba para cá, para ajudar no processo revolucionário do Socialismo do Século XXI como na Venezuela. E o pior, querem trazê-los sem passar por nenhum teste, pelo óbvio fato de que eles não passariam nele. Mas, isto foi prometido por Lula a Fidel, que não aguenta mais médico ruim em Cuba e quer pegar alguns dólares dos seus salários, para que o povo cubano não morra de fome, doença que não tem médico que dê jeito.

O outro tema, é o tal da mobilidade urbana tão cobrada pela turba na rua durante a última semana. Este é o problema chave. Não conseguimos mais andar em Recife, sendo classe alta, média ou baixa. Brevemente ligamos o carro e ficaremos na garagem até o meio-dia para poder ter um espaço para sair. A classe pobre que anda de ônibus perde 3 ou 4 horas de vida por dia enlatada em ônibus iguais a latas de sardinhas. E a presidenta, num gesto magnânimo promete resolver tudo, junto com seus companheiros. Me engana que eu gosto.

Se para baixar a passagem em R$ 0,20, as prefeituras vão raspar o fundo do tacho orçamentário, como fazer para melhorar o resto? Pela fala da presidenta, “ande que o governo federal garante”. Como se o orçamento federal estivesse com uma folga imensa e o governo pudesse se dar ao luxo de gastar nesta área, quando já gastou (grande parte roubada no processo, como diz Romário) os tubos com a Copa e continua a gastar.

Dizem que a presidenta é economista. A tirar pelo que o Zezinho me diz, ela de Economia não entende nada. Segundo ele, o governo da madame está é brincando com fogo e com um dragão enorme que já resfolega em nossa nuca: A inflação. Dizer que vai abrir as burras do erário para ajudar nisto e naquilo e para satisfazer desejo da população é apenas uma promessa eleitoral, ou conversa para boi dormir.

E há um aspecto tão gritante na fala da presidente, quanto a tornar o país livre de qualquer mazela a partir de reuniões, que ontem, a Vilma, minha faxineira, me ligou logo após ouvir o discurso dela que eu reproduzo aqui abaixo a conversa, começando por mim atendendo o telefone:

- Alô!

- Dona Lucinha, é a Vilma!

- Diga Vilma, algum problema?

- Não, e sim!

- Como assim?

- É que acabei de ouvir a Dilma e fiquei apavorada.

- Por que Vilma?

- Dona Lucinha, ela prometeu tanta coisa, tanta coisa que eu lhe pergunto: “Vai sobrar dinheiro para pagar o Bolsa Família?”

- Boa noite, Vilma, quando você vier aqui conversaremos sobre isto.

- Tá certo, Dona Lucinha. Desculpe.


E eu desliguei o telefone e fiquei pensando, agora preocupada, como a Vilma, mesmo tendo um entendimento maior do que ela (ou pensando ter). De onde será que sairá a ajuda para resolver os problemas que eles não resolveram em 10 anos, e que hoje a população cobra nas ruas? Pelo menos um pode ser resolvido sem muito gasto: Colocar os mensaleiros no xilindró, comendo a comida dos presos comuns.

P.S.: Depois de cometer o texto acima e com conexão razoável vi o vídeo seguinte na AGD, que é uma  vaia apoteótica, no Rio de Janeiro, durante o discurso da Vilma. Será que ela vai para o Maracanã no final da Copa?

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