quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

RODRIGO CONSTANTINO - O inimigo é a mentalidade estatólatra, não o servidor público

29/01/2014
 às 22:57 \ EmpreendedorismoFilosofia política

O inimigo é a mentalidade estatólatra, não o servidor público

Escrevi alguns artigos criticando funções de estado, tais como fiscais da alfândega,cartórios ou concursos para empregos em estatais. Em todos os casos, vários representantes da categoria vieram aqui me atacar. Um me acusou de “anarquista”, ignorando que anarquismo é fim do estado. Outros alegaram que há gente séria nesses cargos, algo que jamais neguei.
O que me leva a escrever esse texto. Deveria ser óbvio, mas noto que o óbvio muitas vezes é ignorado. O que percebo é que, em diversos casos, a carapuça serviu. Ou seja, enquanto eu criticava os abusos, os excessos, os privilégios, justamente aqueles que desejam preservar tais abusos, excessos e privilégios reagiam com virulência.
Tiveram alguns mais honestos que até admitiram que buscam cargos públicos para trabalhar pouco, gozar de estabilidade e boa aposentadoria. Tiveram outros, em compensação, que concordaram com a essência de minhas críticas, mostrando que há, como já sabíamos, gente séria no setor público.
Infelizmente, para cada Lineu, da Grande Família, teremos vários como o Mendonça, que, aliás, é o chefe da repartição. Devemos elogiar os Lineus, aqueles que carregam nas costas os demais, que trabalham duro e sério, apesar de haver pouca meritocracia nos resultados finais.
O grande alvo do ataque, na ótica de um liberal, não é o servidor público em si, mas o modelo que concentra poder demais no estado. Como os mecanismos de incentivo não são adequados, não há a mesma meritocracia, o risco de bancarrota pela ineficiência, a cobrança de sócios atentos ao risco de seu próprio negócio e suas economias, o setor público raramente será muito competente no que faz.
Por isso mesmo deve fazer pouco! Mas isso não é o mesmo que não fazer nada. Liberais encaram o estado como uma espécie de “mal necessário”, ou seja, existem funções básicas em uma sociedade que não podem ficar sob a responsabilidade do mercado. Estas devem ser bem feitas, com transparência, cobrança e o máximo de meritocracia que for possível nos limites do estado.
Essa minha palestra, feita no Fórum Liberdade e Democracia em Belo Horizonte, resume melhor o que vejo como as funções principais do estado:
Como fica claro, liberais não condenam o estado em si, tampouco atacam todos os funcionários públicos. É possível ser liberal e trabalhar para o estado, claro. O nosso alvo é a mentalidade estatólatra, que resulta nessa hipertrofia do escopo estatal, nessa concentração de poder e recursos nefasta para a liberdade individual e o progresso, nessa quantidade enorme de privilégios e regalias em diversos casos no setor público.
Portanto, como eu disse, a decisão individual de participar de um concurso público é racional; mas quando tanta gente enxerga o governo como o único ou o melhor patrão, é porque a sociedade está doente, asfixiando a iniciativa privada, que efetivamente produz riqueza e empregos sustentáveis.
Os liberais esperam contar, se possível, com a ajuda dos próprios servidores públicos mais conscientes para tentar reverter esse quadro. Afinal, a luta é de todos aqueles brasileiros que querem um país mais livre e próspero.
Rodrigo Constantino

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