sexta-feira, 28 de março de 2014

Edison Lobão diz a jornal americano que pode pedir a brasileiros que economizem luz para Copa não ficar às escuras. É mesmo? Então eu me lembrei de dois discursos da Soberana - POR REINALDO AZEVEDO

8/03/2014
 às 10:42

Edison Lobão diz a jornal americano que pode pedir a brasileiros que economizem luz para Copa não ficar às escuras. É mesmo? Então eu me lembrei de dois discursos da Soberana

Ai, ai… O ministro Edison Lobão parece ser ligeiramente mais realista quando concede entrevista ao “The Wall Street Journal” do que quando fala à imprensa brasileira. Por aqui, ele é só certeza, convicção e assertividade: não vai faltar energia elétrica e pronto! Ao jornal americano, no entanto, ele admite que o governo pode pedir aos consumidores que economizem luz para que, como direi?, não haja escuridão na Copa.
Isso quer dizer que Lobão já está com medinho. Pelo visto, suas orações não andaram surtindo efeito. Se as chuvas não vierem num volume adequado em abril e maio, assistiremos a um apelo cívico para que os homens parem de usar barbeador e para que as mulheres abandonem a chapinha — eu até vou gostar: sinto falta das moças com cabelos volumosos, esvoaçantes.
Essa gente que tudo sabia caminha para o 12º ano de governo, e o país continua a olhar para o céu, a fazer a dança da chuva. Quando penso em toda a sabedoria arrotada pela Soberana na área de energia nos últimos, atenção!, 11 anos e 3 meses e olho para a Petrobras e para o setor elétrico, sei o que é uma reputação superfaturada, que foi muito competente, já escrevi, em criar a fama de competente.
Agora eu entendo Guido Mantega! Ele fabricou quatro anos de crescimento medíocre na gestão Dilma (sim, 2014 vai ser aquela coisinha…) para nos livrar do apagão. Homem sábio. Ele erra todas as previsões, mas é intuitivo… Cacique Cobra Cobral deve tê-lo advertido do que nos reservavam os céus.
Irresponsabilidade
Em setembro de 2012, a popularidade de Dilma andava lá pela casa dos 60%. Os sinais da economia não eram bons, mas ela vivia seus delírios de poder. No dia 6, véspera do Sete de Setembro, na boca da urna das eleições municipais, entrou em rede de rádio e televisão para anunciar a… redução da tarifa de energia — que só se efetivaria no ano seguinte, em 2013, o que rendeu um novo pronunciamento, é claro. Se alguém tem paciência, o vídeo segue abaixo. Para quem não já não aguenta, destaco na sequência alguns trechos de seu discurso megalômano.
Retomo
Vejam o país do discurso de Dilma:
“Ao contrário de outros países, o Brasil criou, nos últimos anos, um modelo de desenvolvimento inédito, baseado no crescimento com estabilidade, no equilíbrio fiscal e na distribuição de renda.”
Isto é que é capacidade de planejamento. Essa fala tem apenas um ano e meio:
“Na próxima terça-feira vamos dar um importante passo nesta direção. Vou ter o prazer de anunciar a mais forte redução de que se tem notícia, neste país, nas tarifas de energia elétrica das indústrias e dos consumidores domésticos. A medida vai entrar em vigor no início de 2013. A partir daí todos os consumidores terão sua tarifa de energia elétrica reduzida, ou seja, sua conta de luz vai ficar mais barata. Os consumidores residenciais terão uma redução média de 16,2%. A redução para o setor produtivo vai chegar a 28%, porque neste setor os custos de distribuição são menores, já que opera na alta tensão.”
No dia 23 de janeiro de 2013, ela estava de volta à televisão para, mais uma vez, tratar da redução da tarifa de luz. Eis aqui, como diria Augusto Nunes, mais uma evidência da “Mulher Sem Visão”.
Leiam com atenção:
O Brasil vive uma situação segura na área de energia desde que corrigiu, em 2004, as grandes distorções que havia no setor elétrico e voltou a investir fortemente na geração e na transmissão de energia. Nosso sistema é hoje um dos mais seguros do mundo porque, entre outras coisas, temos fontes diversas de produção de energia, o que não ocorre, aliás, na maioria dos países.
Temos usinas hidrelétricas, nucleares, térmicas e eólicas, e nosso parque térmico, que utiliza gás, diesel, carvão e biomassa foi concebido com a capacidade de compensar os períodos de nível baixo de água nos reservatórios das hidrelétricas. Praticamente todos os anos as térmicas são acionadas, com menor ou maior exigência, e garantem, com tranquilidade, o suprimento. Isso é usual, normal, seguro e correto. Não há maiores riscos ou inquietações.
Surpreende que, desde o mês passado, algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou algum outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento, quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas. Como era de se esperar, essas previsões fracassaram. O Brasil não deixou de produzir um único kilowatt que precisava, e agora, com a volta das chuvas, as térmicas voltarão a ser menos exigidas.
Cometeram o mesmo erro de previsão os que diziam, primeiro, que o governo não conseguiria baixar a conta de luz. Depois, passaram a dizer que a redução iria tardar. Por último, que ela seria menor do que o índice que havíamos anunciado.
Hoje, além de garantir a redução, estamos ampliando seu alcance e antecipando sua vigência. Isso significa menos despesas para cada um de vocês e para toda a economia do país. Vamos reduzir os custos do setor produtivo, e isso significa mais investimento, mais produção e mais emprego. Todos, sem exceção, vão sair ganhando.
(…)”
Concluo
Um ano e dois meses depois, seu ministro de Minas e Energia considera a hipótese de pedir, gentilmente, que os brasileiros economizem energia para não ter apagão na Copa. Tudo depende da chuva. Do planejamento, por óbvio, é que não seria.
Da próxima, Dilma combina a bazófia com São Pedro.
Por Reinaldo Azevedo

S
28/03/2014
 às 10:25

Avaliação da refinaria de Pasadena pela Petrobras foi feita às pressas

Por Bruno Rosa, Ramona Ordoñez, Henrique Gomes Batista e Ronaldo D’Ercole, noGlobo:
O processo de compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras envolveu um prazo “muito curto” de due diligence — espécie de auditoria considerada um dos passos essenciais em processos de fusões e aquisições, na qual são avaliadas questões jurídicas, financeiras e operacionais. A afirmação foi feita pela própria Petrobras e está em documento confidencial, datado de 31 de janeiro de 2006, ao qual O GLOBO teve acesso. Ao todo, o processo levou cerca de 20 dias. Especialistas ressaltam que essa etapa de análise de informações de uma empresa consome, em média, de dois a três meses. Em um dos anexos do documento, a consultoria contratada pela estatal na ocasião, a BDO Seidman, de Los Angeles, nos EUA, diz que, em razão do “tempo limitado”, a estatal deveria buscar sua própria avaliação de dados.
Batizada de Projeto Mangueira, a compra da refinaria envolveu a reorganização de cinco afiliadas da Astra Trading. De acordo com o documento da Petrobras, ocorreu a fusão de três destas companhias, criando a chamada Pasadena Refining Systems (Nova PRSI), dona da refinaria em si, na qual a Petrobras comprou 50% em 2006. Paralelamente, para vender combustível de Pasadena, a Petrobras criou com a Astra outra empresa, a PRSI Trading. O documento da Petrobras detalha o processo de análise de dados. Após a coleta de documentos e reuniões com diretores financeiros da Astra entre os dias 11 e 25 de novembro de 2005, a estatal teve de fazer nova avaliação em apenas cinco dias.
“A estrutura mudou e passou a considerar a fusão das três empresas… tornou-se necessário verificar possíveis contingências contábeis/tributárias dessas outras empresas. Isso foi feito no escritório da Astra entre os dias 23 a 27 de janeiro de 2006. (…) Contamos com a ajuda dos consultores da BDO Selman LLP, que elaboraram relatório com base em entrevistas e documentos disponibilizados pela CFO (diretora financeira) da Astra, Kari Burke. Sobre esse aspecto, ressaltamos que o prazo foi muito curto em relação ao que uma due diligence normalmente requer. Não obstante, o trabalho procurou cobrir o máximo possível”, diz o documento.
Como forma de se precaver de possíveis passivos, a equipe jurídica e tributária da estatal recomendou a criação de cláusula que responsabilizava a Astra por qualquer tributo devido em decorrência da reestruturação. O documento de 31 de janeiro de 2006 foi assinado por gerentes da área tributária e jurídica da Petrobras. A análise foi feita um dia após o recebimento do relatório feito pela BDO Seidman — e não Selman, como escrito no documento.
No dia anterior, a BDO enviou carta a Renato Tadeu Bertani, presidente da Petrobras America na qual menciona prazo de 25 a 30 de janeiro de 2006 para análise de dados, data que tem uma pequena variação em relação ao documento da Petrobras. “Devido ao tempo limitado para completar esse projeto e programação urgente de trabalho de campo, ficamos limitados na nossa capacidade de identificar assuntos que poderiam potencialmente ser encontrados em uma avaliação mais detalhada”, diz a carta da BDO, que lista questionamentos à estatal.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

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