segunda-feira, 28 de julho de 2014

CARLOS BRICKMANN: vândalos, vikings e a política dos herdeiros


CARLOS BRICKMANN: vândalos, vikings e a política dos herdeiros

(Foto: Armando Paiva/Fotoarena/Estadão Conteúdo)
Sininho: a baderneira e protagonista de um “romance revolucionária” que iria incendiar a Câmara dos Vereadores do Rio (Foto: Armando Paiva/Fotoarena/Estadão Conteúdo)
Os vândalos, quem diria, são vikings
Notas de Carlos Brickmann publicadas neste domingo em diversos jornais
carlos_brickmannSão ferozes como os vikings e, como os vikings, acreditam no poder da destruição: os vândalos ferem, destroem e já mataram pelo menos uma pessoa.
São unidos como os vikings, e desta união extraem sua força: a coordenação que mantiveram deixou os inimigos, os policiais, desarvorados. E, quem diria, a moda viking, aquele famoso capacete com chifres, expôs sua maneira de agir.
Uma integrante do grupo de vândalos, Anne-Josephine Louise Marie Rosencrantz, descobriu que seu namorado Luiz Carlos Rendeiro Jr., Game Over, pai de seu filho, era partilhado por outra ativista, Elisa Quadros Pinto Sanzi, Sininho.
A traída se vingou traindo: Anne-Josephine foi à Polícia e prestou depoimento sobre a ação dos vândalos. Começou informando como Sininho admitiu o namoro com Game Over: “Sininho diz que ela e Game Over tinham um romance revolucionário”. E apresentou as denúncias – entre elas, diz, a tentativa, liderada por Sininho, de incendiar o prédio da Câmara dos Vereadores do Rio.
Segundo Anne-Josephine, este incêndio não fazia parte dos planos dos manifestantes, e Sininho, aos gritos, pedia que lhe levassem gasolina para iniciar o fogo. Conforme diz Anne-Josephine, foi Game Over que conseguiu controlá-la.
De acordo com a Polícia, Anne-Josephine detalhou ainda as funções dos principais lideres dos vândalos e – oh, novidade! – relatou o uso de drogas por eles.
E daí? Daí que todos os detidos por vandalismo, inclusive os acusados por Anne-Josephine, foram libertados por ordem do desembargador Siro Darlan.
Os herdeiros – Presidência
A primeira tentativa de organização administrativa do Brasil foram as capitanias hereditárias, criadas por D. João III, rei de Portugal, em 1534. O sistema foi extinto pelo Marquês de Pombal em 1759.
Eduardo Campos, candidato à Presidência, e seu avô, Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco — um dos herdeiros nestas eleições (Foto: PSB)
Eduardo Campos, candidato à Presidência, e seu avô, Miguel Arraes, ambos ex-governadores de Pernambuco: Campos é um dos herdeiros nestas eleições (Foto: PSB)
Mas, na prática, a capitania hereditária, em que o poder passa de pai para filho, ainda existe.
A candidata do PSOL à Presidência, Luciana Genro, é filha do governador petista Tarso Genro, candidato à reeleição no Rio Grande do Sul.
Aécio Neves, PDSB, é neto do governador mineiro Tancredo Neves, que morreu sem tomar posse na Presidência; Eduardo Campos, PSB, é neto do três vezes governador pernambucano Miguel Arraes, já falecido.
Os herdeiros – Governos
O candidato do PMDB no Maranhão, Lobão Filho, é filho do ministro das Minas e Energia e ex-governador Édison Lobão.
No Pará, o candidato do PMDB é Hélder Barbalho, filho do ex-governador, ex-deputado e senador Jader Barbalho (político famoso, que até preso já esteve), e da ex-deputada federal Elcione Barbalho.
Renan Filho, PMDB, Alagoas, é filho do presidente do Senado, Renan Calheiros, sobrinho dos ex-deputados federais Olavo e Renildo, sobrinho do ex-prefeito de Murici, Remi Calheiros.
Lobãozinho e Renanzinho descendem de um tronco mais antigo: José Sarney, padrinho de seus pais.
Zé Filho, PMDB, candidato à reeleição no Piauí, é sobrinho do ex-governador Mão Santa. Nelsinho Trad, PMDB, Mato Grosso do Sul, é filho do deputado federal Nelson Trad. Marcelo Miranda, PMDB, Tocantins, é filho do deputado estadual Brito Miranda e foi governador por dois mandatos.
Henrique Alves, PMDB, Rio Grande do Norte, é filho dos governadores e ministros Aluísio Alves e Garibaldi Alves Filho. Vital do Rego, PMDB, Paraíba, é neto do ex-governador Pedro Gondim, irmão de Veneziano Segundo Neto, ex-prefeito de Campina Grande, e filho da deputada federal Nilda Gondim.
Filhos, filhos
Moraes Moreira canta que “todo menino é um rei”. E todo mundo é fidalgo – na versão original da palavra, “filho de algo”, filho de alguém.
E boa parte dos candidatos, admitamos, é mesmo filho de algo.

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