quarta-feira, 25 de março de 2015

CARLOS BRICKMANN - BUSCANDO A SAÍDA



carlos brickmann
A pesquisa da CNT-MDA mostra em números a queda do prestígio do Governo Federal (e lembremos: El Supremo da Confederação Nacional dos Transportes, Clésio Andrade, PMDB, é ligadíssimo ao PT, vice do governador petista de Minas, Fernando Pimentel). Dilma tem 10,8% de aprovação, 65% de rejeição – Collor, ao cair, tinha 68%. O desempenho pessoal de Dilma, que em setembro era positivo para 52,5%, caiu para 19% – contra 78% que o desaprovaram.
Não são só as pesquisas. Dilma tem problemas com os aliados, incluindo o maior de todos, o PMDB; é contestada no seu PT. E ainda o tesoureiro do partido virou réu no processo do Petrolão. É difícil, mas se a campanha do PT recebeu dinheiro ilegal, Dilma pode perder o mandato sem impeachment. Qual a saída?
plp
Dilma acaba de recorrer à sua maior arma: Lula, o político de maior prestígio, popularidade e habilidade do PT, foi chamado a Brasília. Ao contrário de Dilma, Lula conversa com todos e procura atrai-los, sem agressões. Pode ser a grande saída (Lula sabe como buscar de volta apoios como o do PMDB), se as fraturas provocadas pela arrogância de Dilma forem curáveis. Mas o problema maior não são os aliados, que com esses Lula conversa: é a própria Dilma, que se afastou dos políticos mais ligados a Lula e fez que não ouviu as sugestões de seu criador. Por exemplo, Dilma escolheu Joaquim Levy, com quem não tem qualquer afinidade, só para rejeitar Henrique Meirelles, o preferido de Lula.
Mas a bola está com ela: ou ouve Lula ou mantém sua popularidade em curva descendenta.
Sem diploma
A entrada de mais um tesoureiro do PT no mundo dos réus levanta a hipótese de financiamento ilegal de campanha (quem o dirá é a Justiça). No caso, haveria a cassação automática do diploma de Dilma e do vice Michel Temer, eleitos em conjunto. A decisão não é tão automática assim, há fatores políticos a ser levados em conta, a hipótese é remota.
Mas existe e é outro problema a ser encarado.
O fundo do poço
Lembra daqueles ótimos fundos de pensão de estatais, que garantiriam a seus funcionários uma aposentadoria decente? Pois é: o Postalis, fundo de pensão do Correio, apresenta déficit de R$ 5,6 bilhões. E o buraco será tapado como de costume: aposentados e pensionistas terão os salários reduzidos em 26% pelos próximos 15 anos. O Correio deve R$ 1,15 bilhão ao Fundo.
Um dia pagará.
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Por falar em Governo
O Tribunal de Contas da União ordenou ao BNDES que explicasse o grande investimento no grupo JBS Friboi. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, negou-se a obedecer, alegando sigilo bancário. Só que o TCU nada pediu sobre movimentação bancária: apenas valor do investimento e seu resultado. O TCU multou Luciano Coutinho em R$ 10 mil e reiterou a ordem. Caso Coutinho continue resistindo, a multa passa a R$ 30 mil. E, numa terceira recusa, Coutinho pode ser inabilitado para o exercício de função pública – inclusive no BNDES.
Luciano Coutinho alega que não foi avisado da multa. Mas, se até este colunista e o caro leitor sabem da multa, como é que ele, o interessado, ainda não sabe?
cara-de-pau-2
E vai rolando a festa
Três senadores ocupam ilegalmente apartamentos funcionais destinados a deputados federais: Romário (PSB, Rio), Rose de Freiras (PMDB, Espírito Santo) e Wellington Fagundes (PR, Mato Grosso). A Câmara reformou seus apartamentos funcionais, ao custo de R$ 280 milhões, para que os deputados não se sintam desconfortáveis. Senador em apartamento funcional de deputado é uma irregularidade. Mas o mais estranho é a existência desses imóveis, onde moram de graça parlamentares com salários bem superiores à média dos que, com seus impostos, sustentam a mordomia. Nos EUA não há imóveis funcionais: cada parlamentar decide se quer alugar, comprar, morar na casa de amigos, tudo com seu próprio dinheiro.
No Brasil isso também não existia: surgiu em 1960, quando a capital foi do Rio para Brasília e lá não havia imóveis para todos. Hoje, 55 anos depois, em Brasília há imóveis à vontade. Mas e a vontade de desfrutar a mordomia?
Uma história
Existe uma história (falsa, claro) sobre a reunião de um ministro estrangeiro e um brasileiro. O brasileiro visitou o estrangeiro e foi recebido em sua casa, um palacete magnífico. Perguntou ao hospedeiro como ele, com salário de ministro, tinha tão suntuosa mansão. O estrangeiro foi à janela, mostrou-lhe uma estrada e perguntou: “Vê aquela rodovia? Então, custou cem e cobrei 200″. O brasileiro, algum tempo depois, recebeu o ministro estrangeiro num palacete luxuosíssimo. O estrangeiro perguntou-lhe como, com salário de ministro, tinha uma casa tão maravilhosa. O brasileiro levou-o à janela, mostrou-lhe a paisagem e perguntou: “Vê aquela estrada?” O estrangeiro olhou, procurou, e disse: “Não, não vejo estrada nenhuma”.
O brasileiro completou: “Então”…
Outra história
Pasadena é para os fracos. Em Bacabeiras, Maranhão, a Petrobras investiu R$ 1,6 bilhão numa refinaria Premium, que seria a maior do Brasil. E no local, após o investimento, não há refinaria, nem obras, nem nada: só o terreno baldio.
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