segunda-feira, 22 de junho de 2015

500 dias com ele: conheça o homem por trás da sensação do Brasileirão


Diego Garcia e Vladimir Bianchini, para o ESPN.com.br
ANTÔNIO CARNEIRO/PERNAMBUCO PRESS
Eduardo Baptista dirige o líder do Brasileirão em 2015
Eduardo Baptista dirige o líder do Brasileirão em 2015
508 dias. Esse é o tempo exato desde que o Sport resolveu efetivar o então preparador físico Eduardo Baptista ao cargo de técnico. Desde então, o treinador venceu dois títulos, rejeitou sondagens de clubes mais endinheirados do futebol brasileiro e levou a equipe de Pernambuco a nada menos do que a liderança do principal campeonato do país.
Líder isolado após o término da oitava rodada e na ponta da tabela depois de mais de 20% do torneio disputado, Eduardo, 45 anos, vai seguindo os passos do pai, Nelson, que esteve à frente do Sport por 512 dias e venceu dois Pernambucanos e uma Copa do Brasil, entre 2008 e 2009. A menos de 96 horas de quebrar o recorde de Nelsinho, o hoje técnico da sensação do país planeja ainda mais.
"Ele é o técnico que ficou por mais tempo na história do clube, estou quase quebrando o recorde. Ele gosta muito do Sport, temos um carinho muito grande porque foi um time que apareceu em momentos difíceis da nossa vida, e ainda bem que é o filho dele que está quebrando este recorde porque fica tudo em família", contou, com bom humor, Eduardo Baptista aoESPN.com.br.
Até agora, ninguém no Brasil venceu mais vezes pela Série A em 2015 do que o Sport do filho de Nelsinho. São cinco vitórias em oito jogos, mesmo número que São Paulo e Atlético-PR, mas nenhum revés, o que deixa o time do Recife na liderança isolada por ter o maior número de pontos do certame. É o único invicto atrás da Ponte Preta, em sétima com um duelo a menos.
"O Sport vai na contramão do futebol brasileiro nisso, não são apenas resultados frios que os farão trocar de comando. Sempre fazemos reuniões para mostrar o trabalho e tomarmos as melhores decisões para o clube. A diretoria confia no trabalho e por isso vem dado certo, talvez tivesse sido feita a troca talvez não estaria com essa campanha no brasileiro. Isso prova que o futebol é feito de manutenção e planejamento para alcançar o resultado", explicou o técnico.
Apesar do sucesso, no entanto, Eduardo ainda insiste que o momento é de pés no chão dentro da llha do Retiro. "Nosso primeiro objetivo é fazer um campeonato melhor que ano passado, revelando jogadores, permanecendo na Série A. Cada ano o Sport vai crescendo mais para se consolidar, não podemos ser que nem vagalume. Ano passado foi bom, esse ano tem que ser ainda melhor", contou o comandante.
Até o momento, o líder do Brasileirão tem 100% de aproveitamento na Ilha do Retiro. São cinco triunfos contra Figueirense, Coritiba, Goiás, Joinville e Vasco - este último na Arena Pernambuco -, somados a três empates como visitante diante de Flamengo, Santos e Fluminense.
O próximo é no sábado, contra a Chapecoense, em Chapecó. Enquanto isso, fica apenas a dúvida: até onde pode ir o Sport de Eduardo Baptista?
 
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Assista aos gols da vitória por 2 a 1 do Sport sobre o Vasco
Confira, a seguir, outros trechos da entrevista com Eduardo Baptista
Nelsinho e família 
"Faz mais de cinco anos que meu pai falava pra mim que eu tinha que virar treinador, meu sogro é tão fã do meu trabalho que por ele eu estaria já na seleção brasileira (risos) ele fica falando isso sempre, que é injustiça eu não estar lá, não posso dar bola porque é muito coruja (risos). Ele é coronel reformado do exercito e bravo pra chuchu, para namora com a minha esposa foi complicado, mas depois amansamos a fera e hoje é um fã de carteirinha que me acompanha sempre".
Momentos difíceis
"Em dois momentos eu achei muito difíceis que fosse parar o trabalho. No ano passado tivemos um começo de campeonato muito bom, mas perdemos quase 10 aletas por contusão, ficamos 8 rodadas sem vitórias e despencamos na tabela. A imprensa e a torcida chegaram a pressionar, mas a diretoria acreditou e confiou e manteve o trabalho. Neste ano também teve outra situação, após perdermos a semifinal da Copa do Nordeste e do Campeonato Pernambucano. Nestes momentos achei poderiam acontecer a troca de trabalho".
Banco de dados
Nós temos um banco de dados com informações dos jogadores e estamos sempre avaliando. Eu precisava de um velocista com poder de finalização. Dentro desse banco, o Maikon Leite se encaixava com este perfil e por estra sendo pouco utilizado no Palmeiras. Ele entrou muito bem e tem qualidade e está nos ajudando muito, já tem 3 gols. Aqui a gente tem muito critério na hora de contratar, além de olharmos nosso banco de dados, esmiuçamos a toda a vida do atleta. Aqui a gente não pode errar na hora de trazer atletas, não posso contratar três atacantes para acertar com um, por isso nossa margem de erro é muito pequena.
Banco de dados II
A gente vai jogando contra os times, quem nos chama a atenção colocamos no banco de dados. Classificamos esses atletas por posição, característica (velocidade, técnica, marcação,etc), classifica também em vários níveis. Quando precisamos de um jogador com essa característica esse banco nos mostra quem podemos pegar. O Maikon atuou no Náutico e estava no banco de dados, o goleiro Danilo Fernandes a mesma coisa. A gente tem que acertar porque não temos dinheiro para trazer outro. Fazemos com profissionais gabaritados, esse ano a margem de acerto foi bem grande.
Chegada de reforços
Avaliamos muito também fora de campo, se o atleta dá problema ou é bom de grupo. Por exemplo, trouxemos o André e vieram falaram do extra campo dele. Só que ele demonstrou uma vontade muito grande de se reerguer na carreira. Conversamos com ele antes de chegar, porque cometeu alguns deslizes, mas mostrou que quer reverter a situação e tem muita qualidade técnica.
Contratação de André
Não entrei em questão de bebida alcoólica nem nada, mas disse que ele é jovem e tem muito potencial. Eu tenho um ano e meio como treinador e também busco esse crescimento, nós estamos procurando pessoas que buscam isso, crescer ou se reerguer na carreira. Ele topou contrato por produtividade, ou seja, está disposto a se reerguer na carreira. O André está muito bem, treinou bastante e está ajudando aos mais jovens, já que nosso elenco é formado por muitos meninos da base.
Propostas de outros times
Não teve nada de concreto pela minha saída neste ano de Grêmio ou Santos, nenhum diretor ligou para mim, apenas empresários perguntando o meu interesse em sair do Sport e dirigir essas equipes. Eu tenho um compromisso com o Sport, um projeto muito grande e audacioso e tenho que terminar o ano, eu brequei isso. Eu tenho contrato ate o final do ano com projeção de renovar, no final do ano vamos avaliar e ver se iremos renovar

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