sábado, 21 de maio de 2016

Olavo de Carvalho estava certo. Agora estão se dando conta. Antes o chamavam de louco. O PT queria controlar os militares.


14 h
É o que eu digo: Para quê ler ou dar crédito ao Olavo de Carvalho, se você pode ter acesso aos mesmos fatos pela coluna do Merval Pereira apenas quinze anos depois?
O mais bonito da história é a parte em que os distintos oficiais das Forças Armadas ficam indignados com as temíveis revelações, que já lhes haviam chegado com quinze anos de antecedência e diante das quais eles optaram pela indiferença, pela preguiça e pela omissão.
Nenhum profissional de área nenhuma tem o direito de tomar a grande mídia -- a mídia popular, no fim das contas -- como sua principal e mais confiável fonte de informação, em vez de buscar fontes primárias e estudiosos especializados. A grande mídia é sempre a penúltima a saber. Os últimos são os que se deixam guiar por ela. Isso deveria ser somente para amadores.
Desejos recônditos
POR MERVAL PEREIRA
20/05/2016 08:01
Nada como uma derrota para revelar as verdades escondidas do poder que predominou nos últimos 13 anos. Além dos imensos buracos na contabilidade pública que serão denunciados pelo próprio presidente Temer, temos agora revelados em nota oficial alguns objetivos prioritários do partido.
Aproveitando-se da democracia, o partido sempre tentou avançar em decisões autoritárias para controlar setores fundamentais do Estado. Quando denunciado, recuava e negava segundas intenções, como nas inúmeras vezes em que tentou aprovar projetos de controle dos meios de comunicação, com diversos nomes e variadas desculpas.
Agora, afinal, o próprio Diretório Nacional do PT solta uma nota oficial, à guisa de autocrítica, que revela os planos mais recônditos. Esses comentários irritaram setores das Forças Armadas, por exemplo, e confirmam que o partido sempre pensou em controlar o Ministério Público e a Polícia Federal, além de reafirmar o objetivo de controlar os meios de comunicação através da manipulação das verbas publicitárias.
Diz a certa altura o documento do PT: "Fomos igualmente descuidados com a necessidade de reformar o Estado, o que implicaria impedir a sabotagem conservadora nas estruturas de mando da Polícia Federal e do Ministério Público Federal; modificar os currículos das academias militares; promover oficiais com compromisso democrático e nacionalista; fortalecer a ala mais avançada do Itamaraty e redimensionar sensivelmente a distribuição de verbas publicitárias para os monopólios da informação."
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, segundo a jornalista Eliane Cantanhede do Estado de S. Paulo, reagiu com irritação à Resolução do Diretório Nacional do PT sobre Conjuntura. “Com esse tipo de coisa, estão plantando um forte antipetismo no Exército”, disse o comandante, considerando que os termos da resolução petista de maneira geral “remetem para as décadas de 1960 e de 1970″ e têm um tom “bolivariano”, ou seja, semelhante ao usado pelos regimes de Hugo Chávez e agora de Nicolás Maduro na Venezuela e também por outros países da América do Sul, como Bolívia e Equador.
Segundo Cantanhede, o general Villas Boas disse que as Forças Armadas, “atravessaram todo esse momento de crises cumprindo estritamente seu papel constitucional e profissional, sem se manifestar e muito menos sem tentar interferir na vida política do país” e esperam, no mínimo, reciprocidade.
Já o General Rego Barros, do Centro de Comunicação Social do Exército, me enviou uma mensagem em que afirma que “a recente resolução sobre conjuntura do PT apresenta alguns percepções equivocadas e ideologizadas sobre as Forças Armadas e a destinação das instituições que servem de esteio ao Estado”.
Para Rego Barros, “a nossa postura, sempre equilibrada, mostra porque é essencial continuarmos balizando nossas ações com base nos três pilares defendidos pelo comandante: estabilidade - legalidade – legitimidade”.
A questão mais sensível do ponto de vista das Forças Armadas é a interferência nos currículos das escolas militares, tema que já deu problemas anteriormente. A presidente Dilma assinou um decreto em setembro de 2015 transferindo para o ministério da Defesa poderes dos comandantes militares, aparentemente apenas burocráticos, mas que dariam margem justamente à interferência nos currículos das escolas militares.
Quem levou o decreto à presidente foi a secretária-geral do ministério, a petista Eva Maria Chiavon, sem consultar o ministro interino, o Comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que apareceu no Diário Oficial como tendo assinado o decreto, mas garantiu que nunca o fez.
Eva Maria Chiavon é casada com Francisco Dalchiavon, o principal executivo do MST, número 2 de João Pedro Stedile, encarregado de negociar a produção das cooperativas. O Art. 4º do decreto revoga o Decreto nº 62.104, de 11 de janeiro de 1968, que delegava “competência aos ministros de Estado da Marinha, do Exército e da Aeronáutica para aprovar, em caráter final, os regulamentos das escolas e centros de formação e aperfeiçoamento respectivamente da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica militar”.
Ao revogar o decreto de 1968, essa função passaria automaticamente para o ministério da Defesa. Ao identificar que o ensino e a formação dos militares poderiam ser enfeixados nas mãos do ministro da Defesa, começou a paranóia de que a esquerda petista estaria tentando avançar sobre a formação de oficiais. O decreto foi neutralizado por outro, mas a nota do Diretório Nacional do PT mostra que realmente o partido tinha entre suas prioridades o aparelhamento do ensino nas escolas e centros de formação militares.

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