sábado, 19 de novembro de 2016

RACISMO INSTITUCIONAL (?) PAULO CRUZ

Governo do Estado do Paraná tenta manipular a opinião pública com pesquisa idiota sobre racismo. Você acredita no governo?
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“Todos nós devemos nos erguer, acima das nuvens da ignorância,
da estreiteza e do egoísmo.”
 (Booker T. Washington)
Já começou o esquenta para o famigerado “Dia da Consciência Negra” – dia em que o Movimento Negro, manipulado por teorias européias, resolveu trocar André Rebouças, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco e a Princesa Isabel por Zumbi, Karl Marx, Michel Foucault e Pierre Bourdieu. Já estão entupindo a mídia e as redes sociais com o chororô habitual, a manipulação emocional estéril, o falso moralismo da militância e, por fim, a mesmíssima exaltação do gueto (teremos congada e hip hop esse ano?). É, seguramente, a semana mais patética do ano.
Mas vivemos na era do politicamente correto, e aqueles que querem parecer puros de coração, sem preconceitos e modernos, devem, por desencargo de consciência, vomitar todo aquele sentimentalismo tóxico [Theodore Dalrymple] que não enxerga a realidade a um palmo do nariz. Tal sentimentalismo é o prato preferido da militância e da elite – na maioria das vezes, grupos formados pelas mesmas pessoas.
A patifaria do ano ficou por conta do Governo do Estado do Paraná – de Beto Richa (lembram?). O CONSEPIR – Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial –, inventou de fazer uma campanha contra o que chamam de Racismo Institucional – a bola da vez dos justiceiros sociais. Eles tentam explicar – não sem provocar perplexidade em qualquer pessoa com mais de dois neurônios: “O Racismo Institucional acontece quando instituições públicas ou privadas atuam de forma diferenciada em relação a uma pessoa por conta da sua origem étnica, cor ou cultura”[1].
Ou seja, a velha tática – que não resolve, mas comove – de culpar uma abstração por erros individuais. Pois ainda que o teste reflita uma realidade, não se trata de uma realidade generalizada, mas individual; indivíduos têm preconceitos. Por exemplo: Quantas pessoas eles entrevistaram para obter o resultado desejado? Somente aquelas 08? Duvido. Por que não mostraram exatamente as mesmas imagens, com as mesmas roupas e as mesmas expressões faciais? Sem contar que estigmatizam profissões que consideram menos nobres.
negras em situação diferenteO preconceito retratado no vídeo da campanha não é institucional – mesmo que uma instituição seja “qualquer atitude suficientemente recorrente num grupo social” [Abbagnano]. Certamente não são todos os profissionais de RH que agem assim, mas qualquer pessoa de mente estreita – a exemplo dos próprios realizadores da pesquisa – pode cometer tal estupidez: olhar algumas fotos e responder de acordo com as imagens mais recorrentes que surgem em sua cabeça de bagre. É, antes de tudo, um problema de imaginação moral. O horizonte mental dessas pessoas (pesquisadores e pesquisados) é como de um animal adestrado: agem por estímulo e respondem com a mísera meia-dúzia de referências que têm. E o resultado é miserável.
O secretário estadual da Justiça, Leonildo de Souza Grota, disse, no início do ano, quando liberou, em conjunto com o Governo Federal, R$ 264.812,02 (quase TREZENTOS MIL REAIS!) para a pasta: “Nossa prioridade é ter um Paraná igualitário, sem discriminação, onde todos consigam viver de maneira natural, sem receio do próximo”[2]. Ou seja, os burocratas do Governo promovem a igualdade diferenciando as pessoas pela cor da pele. Isso, sim, é racismo!
E quando vejo pessoas compartilhando tal patifaria, comovidas pela pretensa veracidade de uma peça visivelmente publicitária (e panfletária), manipulada para surtir o efeito emocional desejado, penso que temos muito a evoluir. Na terra de Machado de Assis, Ernesto Carneiro Ribeiro e Tobias Barreto, ainda acham que separar as pessoas pela cor da pele para realizar qualquer tipo de análise social faz algum sentido. Na terra de Lima Barreto e Alberto Guerreiro Ramos, a elite ainda questiona a capacidade do negro de enfrentar os seus próprios problemas. Na terra de Teodoro Sampaio e Luiz Gama, ainda querem nos dizer que o negro não tem acesso a educação. Ora, faça-me um favor!
Vocês não cansam de serem feitos de trouxa, não?
Não se enfrenta o racismo com campanha midiática, mas, primeiramente, com a consciência de que, entra governo sai governo, o pseudo-conceito RAÇA é sempre utilizado em favor do próprio governo. O racismo, por si só, é uma instituição que gera muito lucro para o Estado e para a militância parasita. E, por fim, o racismo também pode ser exercido em nome da “justiça”, pois raça, após o fracasso eugenista do século XIX, se transformou em sinônimo de classe; e mais uma vez é a linguagem é assassinada pela ideologia.
Nas palavras de Theodore Dalrymple:
“As tentativas modernas de reforma da linguagem […] são tentativas de realizar um fim político, normalmente utópico, e, portanto, ao mesmo tempo, romântico e sentimental: um fim que ao mesmo tempo se deseja – ou que ao menos se diz desejar – e que se sabe não ser possível. Trata-se, portanto, de uma ferramenta permanentemente útil, mas desonesta para aqueles que buscam o poder. O sentimentalismo é o aliado da megalomania e da corrupção”.[3]
[1] http://www.contraracismo.pr.gov.br/
[2] http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=87586&tit=Governo-do-PR-firma-convenio-para-acoes-de-enfrentamento-ao-racismo
[3] DALRYMPLE, Theodore. Podres de mimados – as consequências do sentimentalismo tóxico. É Realizações, p. 62. Tradução: Pedro Sette-Câmara.
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