domingo, 19 de fevereiro de 2017

ROBERTO FREIRE VS. RADUAN NASSAR NO PRÊMIO CAMÕES 2016: NOCAUTE NOS PORTUGUESES - Fernando Henriques

A esquerda transformou a cerimônia do Prêmio Camões, criado para celebrar a boa literatura, em palco da politicagem mais rasteira. Entenda o que ocorreu na premiação do autor de extrema-esquerda Raduan Nassar.
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Raduan Nassar não estava errado em manifestar todo seu desconhecimento político e econômico (ele é da turma que pronuncia “neoliberalismo” a sério), ou em exibir desavergonhadamente seu desprezo pelo Estado Democrático de Direito e os ditames que o validam, na cerimônia do Prêmio Camões 2016, realizada na última sexta-feira, dia 17 de fevereiro, pelos governos do Brasil e de Portugal.
Errados, sim, estavam todos aqueles que em algum momento decidiram premiar um escritor aposentado que, nos dias que correm, se limita a escrever panfletos políticos. Deu no que deu: um discurso recheado de chavões e lugares comuns, além de totalmente descolado da realidade. Nassar não só repetiu a batida (e milhares de vezes refutada) tese de que o Governo Temer é um governo golpista e ilegítimo como, indo além, sugeriu que somos governados por um governo repressor e ditatorial  como se ditaduras premiassem seus opositores.
Ao menos o episódio serviu para nos mostrar como o desejo do ex-escritor de protestar contra um governo “golpista” rivaliza de perto com seu apreço pelos euros recebidos. Nada menos que 100 mil euros! Loco sí, pero no tonto!
De diferente nisso tudo, apenas o incomum fato de uma crítica da esquerda ter sido criticada.
Houve resposta. O ministro da cultura brasileiro, Roberto Freire, teve a palavra final no evento e o folclórico Raduan Nassar ouviu em alto e bom som que seu posicionamento foi descabido e ilegítimo principalmente por ele não rejeitar o prêmio financeiro, 50% pago pelo governo que ele chamou de golpista.
Não é por acaso que, após a saída do traiçoeiro Marcelo Calero, assumiu o Ministério da Cultura um político esbravejador e combativo como Roberto Freire.
Desta vez, mesmo em um evento onde grassam intelectuais  ou seja, um ambiente dominado pela esquerda , a esquerda teve que ouvir a crítica de um político um tanto menos esquerdista, apesar de ainda o sê-lo.
Roberto Freire não se fez de rogado e se posicionou à altura da baixaria, prosseguindo com a deselegância que foi a descaracterização de tal evento literário, convertido em politicagem.
A resposta era necessária. Afinal, às vezes a verdade vem de baixo e, sim, atinge.
Claro que Folha de São Paulo e companhia colocaram na conta do ministro toda culpa pelo infeliz episódio, tratando com espanto o fato de ele ter respondido o protesto do Pepe Mujica brasileiro, também conhecido como Raduan Nassar.
Mas a verdade, exposta em nota posterior do Ministério da Cultura, é que um movimento organizado de simpatizantes do governo petista deposto jogou, propositalmente, o evento na lama. Freire se limitou a reagir, como é de seu feitio, para defender não apenas o governo atual, que integra, como o estado democrático de direito e o processo que depôs legalmente os verdadeiros golpistas.
Seja como for, nossos conterrâneos protagonizaram uma briga política que os portugueses, co-organizadores da festa, não precisavam ter presenciado. Fica a lição: da próxima vez, ofereçam o prêmio para alguém que tenha mais apreço pelas letras do que pela militância política.

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