quarta-feira, 16 de agosto de 2017

O GRANDE MENTIROSO: Como Theodor Adorno redefiniu o fascismo - Por Dinesh D’Souza

O GRANDE MENTIROSO: Como Theodor Adorno redefiniu o fascismo

Por Dinesh D’Souza [*]
Tanto o fascismo quanto o nazismo são fenômenos da esquerda. Ideologicamente Isso faz sentido, porque na essência eles representam a ideologia do estado centralizado e todo-poderoso. Além disso, o fascismo surgiu do marxismo, e o fundador do fascismo, Benito Mussolini, era um marxista e socialista de longa data. Hitler também era um socialista que liderava o Partido Nacional Socialista e, de fato, mudou o nome do Partido dos Trabalhadores Alemães para torná-lo o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Como, então, os progressistas americanos re-definem o fascismo e o nazismo como fenômenos de direita? Este passe de mágica ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, uma vez que o fascismo e o nazismo perderam o prestígio com a reputação [de serem os responsáveis pelo] Holocausto. Então os progressistas reconheceram que era importante encobrir as raízes esquerdistas do fascismo e do nazismo e movê-las da coluna da esquerda para a coluna da direita.
O maior responsável pela redefinição do fascismo feita pelos progressistas é Theodor Adorno, um intelectual marxista alemão e membro do influente Instituto de Pesquisa Social, também conhecido como Escola de Frankfurt. Os estudiosos da Escola de Frankfurt eram esquerdistas e a maioria eram refugiados da Alemanha nazista. Alguns se instalaram na Europa; outros, como Adorno e Herbert Marcuse, vieram para os Estados Unidos.
A influência de Adorno em definir como o fascismo passaria a ser entendido na América não pode ser subestimada. Quando ele e Marcuse chegaram a América tinha acabado de travar a guerra contra os nazistas e, após a guerra, o nazismo tornou-se a própria medida do horror político e do mal. Não se sabia muito sobre fascismo e nazismo fora da cobertura superficial de jornal e de rádio. No meio acadêmico e na mídia havia uma curiosidade genuína sobre o que atraiu tantas pessoas para o fascismo, o nazismo e seu respectivo anti-semitismo.
Marcuse e Adorno eram judeus, logo era esperarado que tivessem algum conhecimento sobre o anti-semitismo e o destino dos judeus. E eles eram refugiados dos nazistas, então eles tiham crédito para falar sobre o nazismo, por assim dizer, “como testemunha ocular”. O trabalho deles foi abraçado pelo Comitê Judaico Americano, o qual, naturalmente, sentiu que esses dois exilados alemães saberiam precisamente a natureza do nazismo, fascismo e anti-semitismo e como superá-los. Os dois estudiosos da Escola de Frankfurt formaram basicamente o que era considerado educação antifascista nos Estados Unidos.
Na realidade, o Comitê Judaico Americano não tinha ideia de que Adorno e Marcuse tivessem sua própria agenda: não lutar contra o fascismo per se, mas promover o marxismo e uma agenda política de esquerda. O marxismo e o fascismo são bastante próximos; são ideologias coletivistas semelhantes ao socialismo. Seus inimigos comuns são, é óbvio, o livre mercado e as diversas instituições do setor privado, incluindo a igreja e a família tradicional. O marxismo e o fascismo procuraram livrar-se do capitalismo e refazer a ordem social. Marcuse, Adorno e a Escola de Frankfurt também.
Adorno decidiu ressignificar o fascismo como uma forma de capitalismo e tradicionalismo moral. Com efeito, eles reinventaram o fascismo como um fenômeno da direita política. Nesta interpretação absurda, o fascismo foi transformado nas duas coisas que os fascistas reais desprezam: livre mercado e apoio a uma ordem moral tradicional. Com uma vingança que aparece apenas cômica em retrospectiva, a Escola de Frankfurt lançou um curso intensivo para erradicar o fascismo nascente nos Estados Unidos, tornando as pessoas menos apegadas às principais instituições econômicas e sociais da sociedade americana.
O documento clássico a respeito disso é a famosa Escala F de Adorno. O F significa fascismo. Adorno delineou a escala em seu livro de 1950, A Personalidade Autoritária. O argumento básico do livro foi que o fascismo é uma forma de autoritarismo e que a pior manifestação do autoritarismo é a repressão auto-imposta. O fascismo se desenvolve cedo, argumentou Adorno, e podemos localizá-lo nos apegos dos jovens à superstição religiosa e valores convencionais da classe média sobre família, sexo e sociedade.
Descaradamente, Adorno produziu uma lista de perguntas destinadas a detectar afinidades fascistas. “A obediência e o respeito pela autoridade são as virtudes mais importantes que as crianças devem aprender.” “A homossexualidade é uma forma particularmente doentia da delinquência.” “Nenhum insulto à nossa honra deve ficar impune”. “Não importa como ajam aparentemente, os homens estão interessados em mulheres por apenas um motivo.” Basicamente, uma resposta sim a estas perguntas mostraria que você era um fascista em ascensão.
A premissa fundamental da posição de Adorno era que o fascismo alemão e italiano eram, no seu cerne, caracterizados pela repressão psicológica e sexual interna. Um momento de reflexão, no entanto, mostra por que essa posição é sem sentido. De um modo geral, as atitudes sociais em relação à religião, à família e à sexualidade eram bastante semelhantes em todos esses países, permitindo algumas modestas variações. Pode-se argumentar que os alemães da época estavam mais tensos do que os franceses, mas quem argumentaria que os italianos estavam mais reprimidos do que, digamos, os ingleses?
Então, a Escala F de Adorno não tinha poder para explicar por que o fascismo se estabeleceu tão intensa e destrutivamente na Alemanha e na Itália, mas não em outros lugares. A maioria dos fascistas reais, como secamente observa o historiador A. James Gregor em The Ideology of Fascism, “não teria feito pontuações extraordinariamente altas”. No entanto, há uma questão que de fato teria descoberto afinidades fascistas: você apoia o aumento do poder do Estado centralizado sobre indivíduos, famílias, igrejas e setor privado? Significativamente, Adorno não incluiu essa questão na Escala F, presumivelmente porque teria trazido respostas entusiastas sim de progressistas e democratas.
Dado o absurdo patente do antifascismo de Adorno, com sua escala F obviamente fraudulenta e pseudocientífica, por que a elite do meio acadêmico americano se apaixonou por isso? Por que eles concordaram com Adorno e proclamaram o seu trabalho a base definitiva para a educação antifascista? A resposta curta é que desde aquele tempo o meio acadêmico já possuía um forte viés de esquerda, e os progressistas descobriram os benefícios de abraçar a tese de Adorno.
Aqui, afinal, estava um estudioso judeu alemão declarando o fascismo como um fenômeno da direita. Claramente, ele estava jogando o fascismo no colo dos conservadores que apoiavam o capitalismo e endossavam a religião e a família tradicional. Esta era uma mentira — os fascistas reais detestavam essas instituições e queriam destruí-las — mas era uma mentira politicamente conveniente. [N.T.: Ou seja, algo factualmente errado porém politicamente correto]
Assim, os progressistas entusisticamente aderiram à onda e o ovacionaram, e os aplausos continuam. Em 2005, por exemplo, o sociólogo progressista Alan Wolfe admitiu falhas no trabalho de Adorno, mas elogiou A Personalidade Autoritária como “mais relevante agora”, porque “parece capturar a maneira como muitos políticos cristãos de direita vêem o mundo”.
O valor de Adorno para essas pessoas é que ele capacita-os a dizer: “Abaixo o fascismo! Agora vamos nos livrar do conservadorismo e expor essas pessoas malvadas à direita. “E hoje, o embuste de Adorno permite que a esquerda chame Trump de fascista e Republicanos de a encarnação moderna do Partido Nazista. Somente ao entender essa grande mentira podemos nos vacinar contra ela e colocar corretamente o fascismo e o nazismo no lugar a que eles sempre pertenceram — na esquerda política.
[*] Dinesh D’Souza. “Big Liar: How Theodor Adorno redefined Fascism”. Frontpage Mag, 11 de Agosto de 2017.
Tradução: Cássia H.

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