quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

CHAVISMO E LULISMO – Rafael Brasil - RECORDAR É VIVER - ARTIGO DE 22/07/2006



CHAVISMO E LULISMO – Rafael Brasil

Além dos comentaristas da imprensa, geralmente abarrotados de pesquisas, com as mais variadas interpretações, assim como existe um chavismo, este organizado a partir de cima, principalmente pelo próprio governo, existe um lulismo aqui no Brasil. Mais espontâneo, vindo das camadas mais baixas, estas beneficiadas com os programas sociais do governo, a grande maioria dos eleitores de Lula nem querem saber do PT. Muitos até têm ojeriza ao partido, como inúmeros amigos meus daqui da região, que nunca foram de esquerda, muitos nem sabem o significado disso, e votam em Lula. Uns até o amam, achando-o permanentemente perseguido pelas elites que sempre combateu. Este tipo de raciocínio está na ponta da língua, desde um simples borracheiro, aos inúmeros milhares de professores universitários que o apóiam. Muitos estão migrando para Heloísa, os desencantados com o PT. Muitos ficam por puro cinismo, afinal, os cargos falam mais alto. A maioria ficará votando em Lula, como devotos de Frei Damião, que num tempo desses votaram noutro pretendente a messias, o Collor, o antigo caçador de marajás.

O chavismo surgiu dos meios militares, Chávez é o coronel que tentou um golpe de estado há um tempo atrás, quando surgiu na arena política, sob os escombros das podres instituições democráticas venezuelanas, corroídas pela corrupção ampla geral e irrestrita. Depois de subir ao poder, logo tratou de fazer um movimento meio proto- fascista, com milhões de militantes, agindo, inclusive violentamente em seu favor. Depois mudou a constituição em seu favor, enquadrando o judiciário, e depois o legislativo, o qual as oposições renunciaram a disputa por absoluta falta de condições. E o pior é que, com décadas de corrupção, o descrédito em política e políticos, tornou difícil a própria renovação dos quadros políticos. E Chávez continua lépido e solto, como quase ditador, e o pior: tentando influir cada vez mais na política latino-americana, aonde, pelo menos nos setores de esquerda, tem milhares de admiradores, desbancando o próprio Lula. E isso montado nos milhões de dólares, proporcionados pela alta do petróleo, cada vez mais constante. E, Dizem, que Chávez está financiando movimentos ditos sociais no Brasil como o MST e congêneres.
Apesar de vender a maior parte do seu petróleo aos EUA, a política externa chavista, é essencialmente anti-Estados Unidos. Se dá muito bem com Fidel, o eterno ditador de Cuba, corteja o fundamentalista Irã, e planeja viajar para a sinistra Coréia do Norte, e antes visitou o Iraque de Saddan. É muito tagarela, e realmente tem feito raiva aos Estados Unidos, que fechou os olhos quando quiseram golpear-lhe, quase com sucesso. 
Com o Brasil, cortejou Lula. Até golpear-lhe, instruindo Morales da Bolívia a rasgar os contratos da Petrobrás, com a nacionalização dos minérios de lá, sobretudo o gás, produto que abastece parte do parque industrial do sudeste. A aposta no gás, deve-se aliás a Fernando Henrique. Diante de proposta semelhante, a de utilizar o gás boliviano, o velho general Geisel, quando presidente, teria retrucado: “E quando os índiozinhos quiserem fechar as torneiras? Vão querer que eu mande o exército?” O gás boliviano vai ficar mais caro, e ficamos isolados pela Argentina, Venezuela e Bolívia. Chile, Uruguai, Peru, e até o Paraguai, vão, aos poucos, fechando seus negócios com os EUA. Afinal, para que estes desorganizados e desunidos do mercosul, se é bastante plausível, manter acordos com o império, sem intermediários? Nós Brasileiros deveríamos sim negociar a Alca, diretamente com os norte-americanos. Mas , como sabemos, deus limitou a inteligência dos homens, só não limitou a burrice. E haja burrice nisso, com países em pandarecos, querendo ser líderes de uma região desgraçada pela miséria, inclusive nos grandes centros mais desenvolvidos, como a Argentina e o Uruguai, o sul , sudeste e centro-oeste do Brasil, e a Venezuela cheia de petróleo. O Chile é um caso à parte, pois desde há muito que eles estão em processo de integração econômica, sobretudo com a costa oeste dos EUA, e os mercados do oriente, mais notadamente o crescente mercado chinês. O Chile exporta frutas, vinhos e cobre, essencialmente. Com o processo de integração econômica e economia ajustada há pelo menos duas décadas, o povo chileno hoje desfruta de uma situação bem melhor do que seus congêneres latino-americanos. Inflação baixa, bom nível de investimentos, boa educação, menos pobreza e desemprego.
Aqui no Brasil, creio que não seria possível Lula dar um golpe. Os militares não deixariam, pois muitos não seriam comandados por um caudilho. Também por aqui, as oposições estão fortes, e temos um regular nível de participação política do povo, embora precisamos muito em mudar nesse aspecto. E, além do mais, o presidente segue a política econômica do governo anterior, pois, depois de duas eleições perdidas, Lula chegou a conclusão que estabilidade econômica é um dos pilares da democracia. Menos mal. E o conservadorismo, não só nacional, mas planetário, tecem loas a seu mais novo aliado. Justamente àquele que ,melhor sabe enrolar a plebe, com pão e circo. Se não foi possível o circo, com a desclassificação do Brasil na copa, mandam o pão do bolsa família, pois, com tanta miséria, milhões fazem muito proveito. E tudo isso custa uma ninharia, diante do ganho dos banqueiros, coisa de sete bilhões...de reais. Viram como a plebe se contenta com pouco?


 Escrito por Rafael Brasil às 16h20

6 comentários:

  1. QUE NEGOCIO DE LULISMO ! SAI FORA RAPAZ ,PARA DE TRABALHAR PRA BILONARIO SEM GANHAR NADA,ISSO E UMA BESTEIRA AGENTE VOTA EM LULA PORQUE ELE DEU UMA LUZ NOS CAMINHOS DOS POBRES DESSE PAIS ,ELE REALMENTE FEZ O POBRE SE SENTIR UMA PESSOA INSERIDA NO MEIO DA SOCIEDADE ,FEZ AGENTE SE SENTIR GENTE E PONTO FINAL,AGORA VCS FICAM AI DEFAMANDO O LULA ,PARA AJUDAR OS BILIONARIOS DO BRASIL E DE FORA DO BRASIL ,VCS ACHAM PORQUE TEM UM ESTUDINHO SAO DIFERENTE DO RESTO DA POPULAÇAO ,VCS FAZEM PARTE DA MASSA DE MANOBRA

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  2. Todos sem exceção que hoje criticam o Lula tem o rabo preso dentro do sistema eleitoral brasileiro que criou as cobras surucucu venenosa com as cascavel que atacam a economia do Brasil.

    0 partido que mais atacou foi exatamente o que estar no poder com Eduardo Cunha e Michel Temer.As duas traíras,corruptas,psicopatas,ladronas que juntas vem atuando desde 1985 com Sarney,desde 1989 com Itamar Franco,desde 1994 com Fernando Henrique,desde 2003 com Lula,desde 2011 com Dilma e chega a reta final com o golpe parlamentar na democracia.

    Traíram e hoje estão traindo o Brasil vendendo o restinho que sobrou das privatizações escandalosas de FHC.Mentem e roubam,traem e falsifica,aumenta tudo e desconto nos trabalhadores com 1,81% de aumento no salário mínimo,para os juízes golpistas deram aumentos para ganharem R$ 39.293,00 a R$ 150.000,00 mensal.

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    1. Defender Lula, rapaz, é o cúmulo da imbecilidade. Ou canalhice. Ninguém mais aguenta.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Assim, nas democracias contemporâneas os homens (brancos), detentores do capital, os chamados burgueses, assumiram o controle do poder. E, como ocorreu na Grécia antiga, para que o sistema democrático funcionasse nesse novo contexto histórico, era preciso que a classe antagônica, os operários, a maioria da população, fosse excluída dos processos decisórios.

    Essa exclusão se concretiza utilizando-se de várias estratégias. Nas democracias representativas, por exemplo, os sistemas judiciário e eleitoral são montados para passar a impressão que há isonomia na competição eleitoral e no acesso ao poder. Na verdade, há mecanismos (legislação eleitoral, por exemplo) que obstaculizam a participação efetiva da maioria da população na disputa isonômica do poder e limita o acesso popular nos processos decisórios.

    Com a "doutrinação midiática", os eleitores pensam que estão elegendo representantes. Na verdade, elegem, majoritariamente, os donos do capital ou os seus prepostos e as elites partidárias que colonizam a maioria dos partidos, inclusas as agremiações autodenominadas de "esquerdas".

    A ideia de eleições livres, diretas e regulares esconde, sorrateiramente, uma série de regras procedimentais que impedem a representação efetiva da maioria da população. É só verificarmos o perfil socioeconômico dos representantes eleitos nas câmaras de vereadores, assembleias e no congresso nacional. Constataremos, cabalmente, que a maioria esmagadora da população não está representada (de fato) nas casas legislativas, apesar das regras procedimentais da democracia (eleições livres, diretas e regulares; mídia livre, etc.) funcionarem perfeitamente. O mesmo se dá em relação ao poder executivo: os donos do dinheiro e as elites partidárias sempre se beneficiam das regras eleitorais, das condições financeiros e da ação direta do sistema de justiça para dominarem esse poder.

    Por óbvio, se a democracia fosse realmente levada às últimas consequências, os trabalhadores, que são a maioria em todos os países, teriam o mesmo poder dos burgueses. E, sendo maioria, os operários definiriam os rumos da sociedade.

    Temos que admitir, não obstante, que os regimes democráticos realizaram importantes avanços sociais no século XX, principalmente após a segunda guerra mundial. Através de pactos entre elites ou na adequação das demandas das esquerdas socialistas aos modelos democráticos capitalistas, tais regimes melhoraram (e muito) a vida dos trabalhadores em diversos países. Em alguns países, os trabalhadores chegaram ao centro do poder, por pequenos períodos. Noutros, as migalhas concedidas aos trabalhadores foram abundantes, passando a impressão que o povo, ou seja, a maioria dos trabalhadores, decidia os rumos de suas vidas.

    É preciso considerar, também, que a decadência de outros modelos de governança consolidou a crença na eficácia inquestionável das democracias capitalistas. Experiências de governos socialistas perderam a batalha (da disputa acerca do melhor modelo de governança) na mídia empresarial, principal front de manutenção dos governos democrático-capitalistas na atualidade.

    Democracia de fachada e estado de exceção

    No Brasil, nunca tivemos uma democracia real. Historicamente, as elites nacionais sempre se apropriaram do erário e do estado para se locupletarem e ampliarem seus negócios e domínios, oferecendo sobejos ao povo. Em alguns raríssimos momentos, houve pífia expansão do estado social, não alterando substantivamente uma ordem social estruturalmente excludente, injusta, perversa e violenta.

    Não experimentamos, ao longo do século XX, o "século dos direitos" (Bobbio), mudanças estruturais na nossa sociedade. A Constituição Federal de 1988, tardiamente, propiciou alguns parcos avanços sociais à maioria dos brasileiros. Governos mais sensíveis aos trabalhadores, como nas gestões do PT, colocaram o estado um pouco mais à serviço dos setores historicamente excluídos e marginalizados. Isso produziu grande diferença numa sociedade ainda de base escravocrata.

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  4. Olhe meu amigo, seu texto tem verdades, meias verdades e defeitos conceituais. Leia Gramsci, a respeito da preparação das condições de uma revolução socialista. Já que afinal você é de esquerda. Esse negócio de luta de classes há séculos vem sendo desmoralizada. Não bate mais. E realmente democracia é um processo. E estamos muito longe disso. Aí você está certo. Mas o petismo foi a pior coisa da história recente do país. Gramsci daria porradas nessa gente.

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